Tratamento de água: desafio para a engenharia e para as cidades

Por:Editor Saletto
Entrevista

12

dez 2017

O problema da água, seja sua falta ou o seu correto tratamento, é algo real e imediato em muitos municípios do Brasil. Para trazer um diálogo técnico, segue a entrevista com o Químico  Robson Fonseca, experiente em implantação de projetos de ETA’s (estações de tratamento de água).

Revistas citando os projetos do Robson em Tratamento de Água

Revistas citando os projetos do Robson em Tratamento de Água

1) Quais são os principais desafios para projetos de tratamento de água para pequenas cidades (menores do que 45 mil habitantes)?

Robson: Saneamento Básico (água e esgoto) é dever do município / estado. As prefeituras podem dar a concessão. Cada estado tem uma concessionária com mais de 51% das ações, as ações precisam valorizar, se essas empresas tinham cunho social deixaram de fazer ações sociais e conforme se noticia o estado está em déficit. A exemplo de Minas Gerais são 853 municípios 77,37% desses municípios o estado tem a concessão, para outros estados em torno de 50%. Muitos desses municípios entregues à concessionária do estado estão com contratos vencidos, não havendo interesse de investimento por falta de retorno. Muitos desses municípios não têm interesse em continuar com a concessão, seja por má prestação de serviços, sejam por questões políticas partidárias, muitas das prefeituras estudam a retomada e primarização e/ou fazer uma nova concessão para empresas qualificadas para resolver a questão da falta de água, da qualidade da água. Sabemos que 80% das cidades possuem menos de 20 mil habitantes a grande maioria em torno de 5 mil habitantes;

2) O que tem ocorrido nesses municípios?

Robson: Normalmente cidades com menos de 10 mil ligações, algo em torno de 40.000 habitantes não dá retorno financeiro. Evidentemente há exceções por tipo de manancial de quantidade e de qualidade de água, tipo de sistema por gravidade e/ou seja por investimentos já existentes. Outro desafio é que a maioria das prefeituras não possuem corpo técnico multidisciplinar para atender a demanda e/ou para fazer um projeto para obter financiamento aproveitando as linhas de credito existentes para o setor de saneamento. Muitas cidades enfrentam resistência política e dificuldade no recebimento das contas, no controle de potabilidade, no atendimento as portarias, no controle de perdas em geral e muitos dizem ser cabide de emprego influenciando as eleições.

3) O que a Engenharia pode contribuir para implantação de projetos de tratamento de água?

Robson: A Engenharia pode contribuir e muito elaborando um bom projeto que leve em conta o crescimento populacional a demanda presente, população flutuante e projetar um sistema para 25 anos. A busca de uma fonte de água sustentável no sentido de volume, que considere a tratabilidade, que considere períodos de cheias e de estiagens, que atenda a legislação deixando água para o próximo município atendendo a legislação pertinente de tal forma que esse projeto considere custo e benefício ao elaborar o sistema de Adução/Captação. Também deve considerar o custo de manutenção e de operação, novas tecnologias no tratamento de água e/ou de efluentes, considerem a destinação ambientalmente correto dos resíduos gerados com a destinação do lodo, com a destinação das embalagens, com o transporte dos produtos químicos, enfim com toda a cadeia da fabricação ao uso final como se diz ”do berço ao túmulo”. Bem como, projetos que considere pressão da rede sempre positiva que atenda 24h em volume e atenda a portaria do Ministério da Saúde 2914 que possue os parâmetros de potabilidade da água;

4) Quais são as tecnologias emergentes no setor de tratamento de água?

Robson: O sistema de Convencional de Tratamento de água evoluiu bastante com novos equipamentos, produtos químicos mais eficientes, nível de automação e controle, uma grande evolução no sistema de filtração e de tipo de material mais apropriado. Hoje temos material que substitui ferro fundido e também temos a tecnologia da aplicação para o Ozônio, que consiste na oxidação de matéria orgânica e as diversas filtrações por membranas. A destinação do lodo para confecção de lajotas, para corretivo de solo e o reuso e aproveitamento de toda água de chuva no entorno do empreendimento.

* Formação do Robson Fonseca: Tecnólogo em Saneamento Ambiental – Registro CREA N° 86962D, Químico Industrial -2ª. Região BH – CRQ 02012224, Pós Graduação “Engenharia de Petróleo & Gás” IBEC – UFF, Curso de Extensão para formação em Engenharia de Planejamento pelo Centro de Capacitação Luís Borges – BH em andamento 25/08 a 15/12/2011,  Curso “Qualidade Total” Cristiano Otoni BH.


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